domingo, 29 de abril de 2012

Não Deixes Que Metam o Nariz na Tua Vida



Quando falas ou simulas falar de ti próprio e amalgamas passado, presente, futuro, há sempre os que perguntam se o que contaste é verdade ou não. Nunca indagam se vai ser verdade. O que lhes interessa é saber, com a curiosidade dos intriguistas, se o que se passou (ou parece ter-se passado) se passou mesmo contigo. É um erro de gente vulgar. Parasitários ou não, qualquer invenção ou patranha, qualquer «mentir verdadeiro» é acepipe biográfico, é pretexto para te enfileirarem na nulidade biográfica que é a deles próprios e tecerem incansavelmente histórias a teu respeito.
Não te deixes seduzir pelo gosto da conversa. Essa pequena gente não merece a mais pequena atenção, nem tu precisas de espectadores para o salutar exercício diário de falar por falar.
(...) Não deixes que metam o nariz na tua vida. Caso contrário, vais ficar cheio de gente, com a sua vida escassamente interessante. O tombo da vida vulgar já foi feito por escritores como Camilo. E tenho a impressão de que, no essencial, a vida vulgar continua a mesma.
Desunha-te a escrever (olha que já tens pouco tempo!), mas fá-lo com a discrição e a reserva de quem não se dá às primeiras. É outro exercício salutar.

Alexandre O'Neill, in "Uma Coisa em Forma de Assim"

O Sucesso para um Grande Amor

Estou contente porque a minha querida não tem ainda o afecto exclusivo e único que há-de sentir um dia por um homem, apesar de todas as suas teorias que há-de ver voar, voar para tão longe ainda!... E no entanto, elas são tão verdadeiras! Ainda assim, minha querida Júlia, uma das coisas melhores da nossa vida de tão prosaico século, é o amor, o grande e discutido amor, o nosso encanto e o nosso mistério; as nossas pétalas de rosa e a nossa coroa de espinhos. O amor único, doce e sentimental da nossa alma de portugueses, o amor de que fala Júlio Dantas, «uma ternura casta, uma ternura sã» de que «o peito que o sente é um sacrário estrela­do», como diz Junqueiro; o amor que é a razão única da vida que se vive e da alma que se tem; a paixão delicada que dá beijos ao luar e alma a tudo, desde o olhar ao sorriso, — é ainda uma coisa nobre, bela e digna! Digna de si, do seu sentir, do seu grande coração, ao mesmo tempo violento e calmo. Esse amor que «em sendo triste, canta, e em sendo alegre, chora», esse amor há-de senti-lo um dia, e embora morto, perfumar-lhe-á a alma até à morte, num perfume de saudade que jamais o tempo levará!
No entanto, o casamento é brutal, como a posse é sempre brutal, sempre! O melhor beijo, o beijo mais doce, aquele que se não esquece nunca, é aquele que nunca se deu, disse-o um dia um poeta, e eu creio. Só para as mulheres, as tais mulheres mais animais que espirituais, é que o casamento não é a desilusão de sempre, — mas então nós? Se ganhamos um grande amigo, o que nós sofremos muitas vezes! A revolta de tudo quanto há de delicado em nós, e que se ofende e se indigna com as afrontas que são afinal uma grande lei da Natureza! E não há homem, por superior que seja, que com­preenda esta revolta e que a desculpe! Em tudo eu penso exactamente o mesmo que a minha querida Júlia; não há nada, tanto para os homens como para a mulher, que valha a liberdade tanto alma como de pensa­mento. É o casamento um grilhão de flores e risos? De acor­do, mas é sempre um grilhão. Ria, pois, e cante com a sua bela alegria, ame doidamente alguém, mas nunca abdique nem uma só das suas graças, nem uma só das suas ideias que lhe fazem vincar a fronte às vezes com uma pequenina ruga de capricho e insolência, que fica tão bem às mulheres boni­tas; não ajoelhe nunca, porque está nisso o nosso grande mal, o nosso profundíssimo erro; nós invertemos muitas vezes os papéis, e em proveito deles, e depois as consequências são muitas vezes as paixões que devastam uma vida inteira por criaturas que se dignam dar, por último, como humilde mortalha, um olhar de compaixão! O melhor de todos os homens não vale um fanatismo, creia-me, e embora a nossa alma, com essa ânsia de amor, de ternura que canta sempre em nós, se lhes dedique completamente, que eles o não sai­bam nunca, que não suspeitem sequer!... Abdicando um grau da nossa realeza, teremos de descer sempre, sempre, até ao fim. Não é verdade isto?

Florbela Espanca, in "Correspondência (1916)"

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Como se Faz uma Declaração de Amor?



Mas então como se faz uma declaração de amor? Em papel selado, na presença de um advogado. Por que não? As piores declarações são as pífias e clandestinas, do género «Acho-te uma pessoa muito interessante». As melhores são aquelas que comprometem quem as faz, que se baseiam em provas capazes de serem apresentadas em tribunal, que fazem corar as testemunhas. As declarações do tipo «Experimentar-a-ver-se-dá» nunca dão. É melhor mandar imprimir 2000 folhetos e distribuí-los por avioneta à população, devidamente identificados, do que um bilhetinho anónimo de «um admirador». As declarações de amor têm de cortar a respiração de quem as recebe, têm de rebentar na cara de quem as lê. O amor e o terrorismo são questões de objectivo, e não de grau.

Como estamos todos a zero, ninguém pode dar conselhos a ninguém. Há séculos que as maiores cabeças do mundo procuram a frase perfeita de apresentação. Há as deixas rascas, do género «Deixe-me adivinhar o seu signo» ou «Não costuma cá estar às terças-feiras, pois não?». Há as deixas pirosas, do género «Importa-se que eu lhe diga que você é muito bonita?» ou «Posso só dizer-lhe uma coisa? O seu namorado tem muita sorte!». Depois, há as deixas supostamente cool, do tipo «O meu nome é Max e eu toco sax» ou, mais formal, «Muito prazer, Luís Bobone, toco saxofone». Ultimamente, a julgar por recentes exemplos, é moda usar deixas crípticas, do género «Então sempre conseguiu resolver aquilo?» ou «Importa-se de me segurar a bebida enquanto eu olho para si? É que pode apetecer-me bater palmas» ou ainda (versão 1987) «Não se importa de ficar aqui comigo um bocadinho enquanto o meu guarda-costas não volta da casa de banho?».
Todo o amor é um engano. Trata-se é de nos enganarmos bem.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'

Se Me EsqueceresQuero que saibas uma coisa.

Se Me EsqueceresQuero que saibas
uma coisa.

Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.

Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.

Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.

Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.

Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.

Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda"

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Mexer no passado

Resolvi arrumar os meus brincos, anéis e afins....

Já ri e já chorei!

Arrumar coisas cá em casa é sempre complicado, encontro sempre coisas estranhas que me lembram momentos felizes e que me deixam com muitas saudades.

Encontrei os meus pins dos BROS e fartei-me de rir, lembro-me de os usar numa saia de ganga! Sim porque eu tinha a mania que era fashion e nos blusoes de ganga toda a gente tinha pins por isso eu tinha de colocar os meus noutra peça de roupa qualquer! LOLLLL!!!! Só eu!


Tinha um fascinio por homens louros, agora é mais por cabelos brancos! LOLLLL! Eles até podiam não cantar nada mas eram giros e isso é que interessava!

Encontrei a minha primeira medalha, minhas pulseiras, o meu primeiro dente, enfim.... O anel dos meus 16 anos e lembrei-me com muitas saudades da minha mãe.

Vejam lá que até encontrei aquele anel que o Miguel me deu quando me disse que eu era a outra metade da laranja... Neste caso ficaram os dedos e o anel, ao contrário do que diz o ditado.

Mas o que eu encontrei que me deixou mais triste foi a aliança de namoro que o Marco me deu! Meu deus aquela aliança tem mais de 20 anos! Fiquei triste por ver que a aliança permanece e Marco já nem existe porque se suicidou!

A vida dá cada volta, se eu alguma vez imaginei ao coleccionar os meus pins dos BROS que tanta água ia correr no rio que é a minha vida!

Não digo que não fazia tudo o que fiz, mas de certeza que teria feito muitas coisas de maneira diferente!

Como eu costumo dizer, eu era feliz e nem sabia!

sábado, 14 de abril de 2012

Uns azedam outros apuram 33


Felizmente correu tudo bem....

É bom voltar a ver o seu sorriso!

Sempre bonito este moço!


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Lana del Rey - modas - amores


 Lana del Rey anda com Axl Rose, imagens como a que coloquei aqui em cima devem atormentar a cabeça dos homens que para além de gostarem muito de ouvir a moça cantar, gostam muito do bom aspecto dela.

Eu não os condeno a moça é bonita!

Tem tendência para cotas...... Um pouco acabados.... Cá para mim ela quer saber como é viver em Paradise city mas coitada há-de ter muita Patience para aturar este senhor!

Pode ser que a idade o tenha acalmado!

De qualquer forma eu até gosto de a ouvir cantar mas não acho nada de especial ao contrário do que se diz por aí!

São modas.... And I don't like!

A primeira noticia que ouvi sobre esta moça e a sua vida amorosa relatava que tinha um caso com Marilyn Mason.... A confirmar-se a tendência ela gosta deles cotas e com mau feitio!

Se ela quiser tenho uma série deles que se encaixam no perfil que lhe posso apresentar!

Volupia



No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

É Preciso Aprender a Amar



Que se passa para nós no domínio musical? Devemos em primeiro lugar aprender a ouvir um motivo, uma ária, de uma maneira geral, a percebê-lo, a distingui-lo, a limitá-lo e isolá-lo na sua vida própria; devemos em seguida fazer um esforço de boa vontade — para o suportar, mau-grado a sua novidade — para admitir o seu aspecto, a sua expressão fisionómica — e de caridade — para tolerar a sua estranheza; chega enfim o momento em que já estamos afeitos, em que o esperamos, em que pressentimos que nos faltaria se não viesse; a partir de então continua sem cessar a exercer sobre nós a sua pressão e o seu encanto e, entretanto, tornamo-nos os seus humildes adoradores, os seus fiéis encantados que não pedem mais nada ao mundo, senão ele, ainda ele, sempre ele.
Não sucede assim só com a música: foi da mesma maneira que aprendemos a amar tudo o que amamos. A nossa boa vontade, a nossa paciência, a nossa equanimidade, a nossa suavidade com as coisas que nos são novas acabam sempre por ser pagas, porque as coisas, pouco a pouco, se despojam para nós do seu véu e apresentam-se a nossos olhos como indizíveis belezas: é o agradecimento da nossa hospitalidade. Quem se ama a si próprio aprende a fazê-lo seguindo um caminho idêntico: existe apenas esse. O amor também deve ser aprendido.

Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"

...


Last one....

quarta-feira, 11 de abril de 2012

terça-feira, 10 de abril de 2012

Dores....

É só para avisar que estou novamente no ritual cama para o sofá e do sofá para a cama!

Dói para caraças!!!!

Espero que a operação chegue depressa e me alivie desta dor!

sábado, 7 de abril de 2012

...


I wish....

Uns azedam outros apuram 32


Esta riqueza da mãe dele já correu o mundo inteiro e não tem namorada, pelo menos em Portugal! Que desperdício.....

O que me leva a concluir que mesmo ele tendo corrido o mundo inteiro ainda não passou pelo Luso, com grande pena minha! :(

Tenho de ir mais vezes à Figueira é o que é!!

Se Maomé não vai à montanha a montanha vai a maomé!!!!

Que riqueza de rapaz!!!!!

Se ele me levasse com ele a Machu Picchu eu era uma mulher feliz!!!!!


Ai Gonçalo leva-me a Machu Picchu e faz-me um menino nas alturas!!! LOLLLLL!!!!!!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Perdida


Aviso à navegação:

Sinto-me um bocado perdida....

Cena que não é novidade para ninguém, nem para mim mas eu hei-de encontrar o caminho!!!!

Caso contrário eu juro que ligo o meu GPS!!!!

domingo, 1 de abril de 2012

Uns azedam outros apuram 31


Completamente viciada na série....

E no principe encantado, Josh Dallas, que riqueza de menino!