As lágrimas caem pelo meu rosto e nem sei o que pensar.
Só me pergunto porquê?
Mas tu já não vais responder, já não te vou ouvir mais e só sei que é uma dor que me rasga o peito.
Habituei-me desde muida a entrar na tua cozinha, naquele lugar que era o teu.
Assustava-me porque conversavas calmamente comigo enquanto cozinhavas, ralhava contigo com a inocência que só uma criança pode ter porque achava que tinhas de estar a olhar para o que fazias para não cortar os dedos. Que tonta que eu era. Anos de experiência uma série de cursos de cozinha ministrados e mesmo assim eu tinha medo que te pudesses magoar.
Não queria em situação alguma que algo de mal te pudesse acontecer e agora perdi-te.
Estou farta de perder os que amo, eu sei que não estou sózinha mas sinto-me cada vez mais só! Só queria perguntar-te porquê?
Mas tu já não respondes, nunca mais me respondes!
Tu que me conhecias da barriga, que tinhas calma suficente para fazer à minha mãe todos os mimos que se pode fazer a uma grávida que não pára de vomitar. E tu, sempre com muita calma perguntavas o que ela e eu queríamos comer... Já sabias que não ía ficar muito tempo no estômago mas fazias sempre o que lhe apetecia porque eu não podia passar fome. Já me mimavas na barriga da minha mãe.
Vou ter tantas saudades tuas!
Porquê?
Sabes gosto de ti! Vou gostar sempre!
E agora vem a porcaria da saudade que está sempre a aumentar e que infelizmente não traz ninguém de volta.
Tenho na minha boca uma confusão de sabores da comida maravilhosa que fazias, uma dor no peito que mal me deixa respirar e só consigo perguntar-me porquê?
Recuso-me a dizer-te adeus! Até já grande chefe! Gosto de ti, vou gostar sempre!
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